O que eu aprendi de Freud e Calligaris

Dedicatória


Dedico este trabalho à minha esposa, Patrícia, e aos filhos Matheus, Giovanna e Antonio, que compartilham suas vidas cotidianamente comigo e me apoiaram nesta jornada.

Agradecimentos

Agradeço a todos aqueles, amigos e familiares, que respeitaram a minha escolha e que, de forma direta e indireta, me deram palavras de incentivo.

Citação


"A inteligência é o único meio que possuímos para dominar os nossos instintos" - Citação de S. Freud.

Introdução


Neste trabalho, desenvolveremos um paralelo entre o que S. Freud (1856-1939), o pai da Psicanálise, preconizava em sua Psicanálise Ortodoxa e o que o Psicanalista C. Calligaris (1948-2021) sugere como discípulo de Lacan (1901-1981), Psicanalista promovedor do retorno a Freud, pensador e também escritor.

Esta abordagem é importante, pois ainda hoje, está enraizado em nossa sociedade que um psicanalista deve ser da área da saúde, originalmente médico ou psicólogo. Fato este que corrobora com a diminuta propagação da técnica e do método na sociedade como um todo e sua dita elitização, pois Freud denotava que a psicanálise não é uma prática para as classes menos favorecidas, mesmo lutando para que ela não fosse engolida pela rigidez da medicina em sua época.

Como hipótese, partimos da leitura de ambos os textos e trazendo aos leitores leigos e também psicanalistas em formação ou mesmo atuantes, uma leitura atual e balanceada desses dois autores.

Como objetivos, buscaremos neste trabalho demonstrar que, não obstante um leigo, com isso quero dizer não formado nas áreas da saúde, pode atuar como psicanalista e também dedicar certos horários para o atendimento dos menos favorecidos, sem que com isso, se sinta explorado e aviltado. Os valores a serem cobrados por sessão devem levar em contexto o meio em que vivemos, a sociedade e o poder aquisitivo daqueles que dela necessitam. Todos, indistintamente, merecem se beneficiar dessa ciência que trata dos males que afligem nosso inconsciente e que nos fazem sofrer sem uma causa aparente e orgânica.

Inicialmente, neste trabalho, abordaremos os conceitos, fundamentos e técnicas utilizadas por ambos em sua clínica. Em seguida, falaremos do atendimento às premissas que um bom psicanalista deve ter em sua prática cotidiana.

Para atingir esses objetivos, a metodologia empregada foi a leitura de um compêndio de artigos científicos de Freud reunidos no livro em questão e comparando-o com o de Calligaris. Sem pretensão alguma de criar um paralelo de referência, queremos apenas sublinhar eventos pontuais que seriam interessantes para a prática clínica.

1. Psicanálise nos seus primórdios e na atualidade


Não podemos começar nosso texto sem antes fazer um breve apanhado da história da psicanálise, e também não podemos deixar de mencionar seu criador ou descobridor, Sigmund Freud (1856-1939), neurologista vienense que, no final do século XIX, aprofundou seus estudos em neurologia e psiquiatria primeiramente com Jean-Martin Charcot (1825-1893) em Paris, no hospital Saltpêtrière, e posteriormente em Viena com Josef Breuer (1842-1925), ambos renomados cientistas da psique humana com abordagens de estudo diferentes: Charcot através da hipnose e Breuer pelo método catártico. Ambos os métodos foram abandonados por Freud em prol do método da associação livre, que fundou a psicanálise como a conhecemos hoje e lhe possibilitou construir os alicerces que sustentam suas teorias até então.

Diante da psicanálise rígida e de cunho ortodoxo que segue a técnica e o método freudiano ao longo do tempo, foram desenvolvidos métodos e técnicas mais atuais que, de certa forma, não perderam sua essência fundamental, ligada primordialmente às forças da transferência e resistência, pois sem elas não há psicanálise. É importante observar que ao longo do tempo foram propostos ajustes aos textos clássicos, que ainda contêm a vivacidade e atualidade de que precisamos, mas o vocabulário precisou ser atualizado para melhor compreensão e também se fazem necessárias novas traduções, pois os textos fundamentais foram escritos em um alemão que hoje em dia não é mais comum no cotidiano.

Vários dos discípulos de Freud criaram escolas de conhecimento e abriram novos caminhos para a psicanálise, muitos deles contra a vontade do pai da psicanálise. No entanto, isso se tornou necessário para que a psicanálise pudesse sobreviver e se adequar aos tempos atuais, além de abranger um leque maior de tratamentos que não se limitam aos transtornos, neuroses e psicoses.

Os desvios de sua doutrina foram tantos que, por volta da década de 1960, o psicanalista francês Jacques Lacan (1901-1981) propôs um retorno a Freud, com uma releitura mais moderna de seus textos, até então abnegados por seus discípulos e dissidentes teóricos. Dentre os alunos da escola Lacaniana estava Contardo Calligaris, um italiano radicado no Brasil, que estudou letras e filosofia em Genebra e se formou psicanalista na Escola Freudiana de Paris (Escola de Lacan). Oriundo da área de humanas e sociais, ficou famoso como colunista, escritor e roteirista. Como Freud preconizava e lutou por isso até nos tribunais, um psicanalista não deve ser doutrinado por nenhuma cátedra. Deve sim ser livre das amarras universitárias e respeitar o tripé de formação e construção próprios para ser um psicanalista: teoria, análise pessoal e supervisão.

Calligaris, mesmo que sem notar, alçou seu lugar na psicanálise e, como um bom psicanalista, pôde nos mostrar que você pode sim ter seu merecido respeito como conhecedor da área, sendo oriundo de matéria diversa. Tanto foi seu reconhecimento que conseguiu fazer um doutorado em psicologia na França, mesmo não tendo graduação em psicologia. Dentre suas maiores façanhas, foi nos mostrar que o trabalho, a técnica e o método podem ser acessíveis a todos, desde que com dedicação e constante estudo. Cabe também lembrar que Calligaris conseguiu desmistificar os conceitos teóricos e trazê-los para a atualidade, pois Freud e também Lacan usavam um vocabulário por demais rebuscado e de difícil compreensão, talvez até mesmo pelo seu grande intelecto. Cita também que os seminários que frequentava, em sua grande maioria, não eram aplicáveis ao cotidiano analítico e tampouco eram compreendidos pela própria comunidade psicanalítica. Esse conteúdo absorvido deveria ser filtrado para que pudesse ser objeto de aprendizado, o que ele fez com maestria em seus artigos, livros e colaborações em outras áreas.

Freud foi um estudioso como neurologista e fazia parte de uma elite pensante em sua época e, portanto, amealhou várias desavenças para manter seu legado intacto. Calligaris não foi tão longe, mas com seu texto simples e enxuto vem abrindo a seus leitores este mundo fantástico que é a psicanálise. Traduziu e fez uma leitura atual do saber psicanalítico, conseguindo nos presentear com sua sabedoria.

2. A Psicanálise e seus fundamentos


Freud, ao desenvolver o método psicanalítico, preocupou-se em criar um arcabouço de fundamentos e estruturas que seriam objetos de estudo por toda a comunidade psicanalítica, leigos, estudiosos de outras áreas do conhecimento e até mesmo curiosos. Tendo como pedra fundamental a associação livre, pela qual o analista tem acesso ao inconsciente do analisando, essa descoberta foi feita ao acaso por uma de suas pacientes em análise, que questionou e interrompeu Freud, pedindo-lhe que a deixasse falar livremente como bem entendesse. Através dessa audácia, Freud constrói toda a sua teoria.

Foram vários os ensaios, tratados, compêndios e artigos que foram sintetizados em livros, traduzidos para vários idiomas e estudados profundamente pelas mentes mais sábias ao longo do tempo. Sempre tidos como bibliografias referenciais e recomendados para o auxílio aos tratamentos, teremos aqui compêndios, tais como: Sobre psicoterapia (1905[1904]), recomendações ao médico para o tratamento psicanalítico (1912). Para tanto, vimos aqui que Freud usa o termo médico inicialmente, mas com o passar do tempo vai-se formando a opinião de que a psicanálise é para todos, falaremos sobre isso mais adiante. Ainda sobre o início do tratamento (1913), versando como devemos nos apresentar e quais requisitos para tanto. Sobre a dinâmica da transferência (1912), ponto crucial, pois somente existe psicanálise se houver transferência e resistência. Versa também sobre o amor transferencial (1915[1914]), fato esse que é uma constante nas análises, sendo o analisando frequentemente atacado por esse impulso ambivalente de amor e ódio pelo analista. Sobre a psicanálise selvagem (1910), onde devemos ter o cuidado de não adiantar o tratamento ou mesmo o diagnóstico, tentando pôr palavras onde não existam ou criando situações de achismos quanto aos problemas enunciados pelo analisando a fim de nos mostrar mais sábios do que realmente somos. A questão da análise leiga… (1926), que é ponto crucial e importante, pois exorcizou a psicanálise do meio acadêmico, dando a ela essa liberdade vocacional de que tanto precisava para ser exercida. A análise finita e infinita (1937), que questiona se a análise deve ter um ponto final ou ela pode ser contínua.

Entre outros artigos e escritos referentes neste compêndio que, por hora, cito e que são de extrema importância para a comunidade psicanalítica digo mais sobre o tratamento psíquico (1890) quando Freud ainda se debruçava sobre os estudos iniciais e começava a vislumbrar esboços sobre sua criação. O tratamento é aconselhável para que tipo de pessoa? Quais são os requisitos para ser analisável? Que tipos de transtornos não são questionados pela psicanálise? Usaria aqui o termo cura, mas com o passar dos anos e estudos o termo cura foi deixado ao acaso pelo desuso e presunção que a nomenclatura dita. Mesmo que posto na frase célebre: A cura pela fala, por meio de onde, a psicanálise era lançada do anonimato ao estrelato. Palavra esta que foi rejeitada posteriormente pelos movimentos liberais dos anos 1960 e 1970. Anos estes que foram cruciais para a psicanálise que, por ter sido por demais alterada, corrompida e atacada teve que ser trazida de volta das profundezas com uma releitura das obras fundamentais de Freud por Lacan.

Com os avanços dos fármacos, entre eles os antidepressivos e afins, postulou-se pelo fim da psicanálise. O que não aconteceu e também a fortaleceu imensamente, principalmente por se tratar de uma ciência do profundo e não do superficial como o são os medicamentos. A psicanálise trata das causas por detrás dos sintomas, o que está gerando aquele sofrimento e não o sintoma em si, como fazem os medicamentos. Ela não é paliativa. Por isso seu efeito é muito mais concreto e duradouro. Seu efeito é cicatrizador ou usando uma nomenclatura mais moderna; de descoberta e aceitação de como você é realmente.

Esse é o grande legado que Freud, seus apoiadores e todos aqueles que se utilizam de sua técnica e método, para entender as causas primitivas dos sofrimentos, nos deixaram como herança. Os fundamentos da psicanálise vão guardar os alicerces para que a boa prática seja executada no dia-a-dia na clínica psicanalítica.

3. A Psicanálise e suas reflexões


Cartas a um jovem terapeuta, o livro em questão, que traduz bem e sutilmente os anseios dos novos psicanalistas, conta com uma linguagem acessível e atual, onde Calligaris transborda através de seus escritos as respostas às mais diversas dúvidas de seus interlocutores. Também faz reflexões, trata de ética, da moral e do dia-a-dia do profissional. Veremos aqui abordagens das mais inusitadas e controversas, sendo tratadas com todo devido respeito ao que a psicanálise merece. Com vasta experiência clínica e conceituado analista, fala com a maestria e a simplicidade que somente aqueles o sabem fazer prenotam.

Dentre os assuntos abordados podemos destacar a vocação profissional, que é primazia neste ofício, pois sem vocação, sem ter aquela aptidão nata para o escutar sem ser escutado, ver sem ser visto, sem julgar e sem formar convicção para com determinado assunto, não seria possível ser psicanalista. As condições prévias que o indivíduo precisa para se qualificar estão entrelaçadas na conversação e dela dependem. Quanto custa ser um psicanalista? Pois não sendo de formação puramente acadêmica, mesmo que todos pensem assim, o ser não é querer poder. Pois querer ser, requer dedicação, leitura, análise pessoal e tudo isso tem valor relativamente considerável e independente do poder aquisitivo, não basta somente isso. Ser psicanalista, como dizia Lacan, só depende de você mesmo se habilitar, desde que siga os preceitos da doutrina analítica, que por sinal é simples e ao mesmo tempo requer complexidade e profundidade. Simples, digo no tocante ao conteúdo, complexo e profundo, em questão de aprendizado e de constante saber. Poder querer ser psicanalista é outra coisa, que para tanto requer tempo, disposição, força de vontade, reserva financeira, o poder querer em si. Somente com a junção do poder querer ser e do querer poder é que se forma um psicanalista por excelência.

Importante, porém não menos crucial, é a aceitação por parte dos pares e do discurso do Outro, para nós que estamos nos qualificando para esse ofício. O que se percebe de antemão é a recusa por aqueles que nos cercam, mesmo que inconscientemente, desse nosso meio de vida, que implica bisbilhotar a vida alheia, escutar e aceitar a vida como ela é, mesmo que isso não seja totalmente aceitável.

Os amores terapêuticos devem ser cuidadosamente analisados, pois são parte indispensável da análise: a transferência e a resistência. A transferência pode ser positiva e construtiva para o casal terapêutico e se forma com o conluio e a aceitação de que a análise é benéfica para ambos. Não somente o analisando ganha com essa transferência, mas também o analista, que aprende com ela e pode direcioná-la para outros trabalhos. A transferência negativa, onde o analisando tem o analista como seu ideal de pessoa, construindo dentro de si uma fantasia e projetando seus desejos e até mesmo seu escárnio no outro, deve ser observada e combatida com destreza pelo analista, sem que com isso se humilhe e constranja o analisando. Aquela fantasia de projetar no amado o nosso ideal do Outro deve ser prontamente observada no setting, para que não ocorra a contratransferência e falte ali o respeito e o profissionalismo do psicanalista. Portanto, o analista tem que estar ciente de que não é sua pessoa que está enamorada, mas uma projeção do Outro ideal que o analisando lança sobre ele.

Em se falando de formação que é custosa, como diz Calligaris, pois exige muita dedicação para compreensão do vocabulário dessa ciência, principalmente para aqueles estudantes oriundos de outras áreas, que não sejam da saúde e em especial as da saúde mental. Pois além de absorver o conteúdo, temos que aprender esse novo linguajar, esse novo falar, como crianças que quando aprendem a dialogar e se expressar. As leituras dos textos clássicos são por vezes maçantes, mas de imprescindível compreensão. Devemos utilizar os textos primários da psicanálise para trazer a temática para a atualidade em forma de reflexão. Curar ou não curar o analisando virou um debate interminável, pois quem precisa ser curado? Se antes a psicanálise tratava das neuroses, psicoses e transtornos, hoje em dia o tratamento é bem mais sutil do que o tratamento clássico de outrora e está ligado muito mais ao cotidiano e ao autoconhecimento do que a uma simples cura trazida dos primeiros anos de vida.

Por fim, podemos denotar os conflitos inúteis aos quais vamos estar expostos no trabalho e mesmo em nosso convívio familiar e social. Não devemos sair analisando todos e achando que somos superiores pelo simples fato de sermos psicanalistas, pois isso não é verdade e não pensem o contrário. Deixem os conflitos para aqueles que gostam deles, se abstenham tão logo eles apareçam e você será um excelente profissional. Seja imparcial consigo mesmo e no trato com os outros, só assim você estará com sua clínica cheia de analisandos e isso é uma dica referendada e unânime.

Conclusão


O que aprendi com Freud e Calligaris? Essa pergunta nos leva a refletir sobre o que absorvi ao estudar a psicanálise como ciência. Ao voltar um pouco para a teoria clássica de nosso fundador, percebi que a linguagem rebuscada foi mantida, mas nada que dificulte muito a compreensão. Com a nova literatura, esse rebuscamento foi deixado de lado em prol de uma compreensão mais fácil, porém nem sempre a mais correta. Por se tratar de uma tradução direta do alemão, e o alemão sendo um idioma bastante formal, utilizado por eruditos, filósofos modernos e grandes pensadores de nossa cultura ocidental, tenho a nítida impressão de que Freud queria manter essa linha clássica em seus ensinamentos. Para um leigo simples e fora do meio acadêmico médico, é necessário um estudo complementar e uma dedicação mais séria para absorver e se familiarizar com os termos científicos e técnicos utilizados. Não é uma leitura fácil e pode gerar, a princípio, certa aversão diante de tantas formalidades e até mesmo uma aversão pelo conteúdo inovador, porém foi necessário para que a comunidade científica pudesse acreditar na psicanálise como uma ciência psíquica. Uma ciência diferente das muitas terapias existentes atualmente, que mais se baseiam no sobrenatural do que no natural. Essa ciência, mesmo com todo o rigor científico aplicado, não foi bem recebida em sua época. Tanto que Freud foi meio que excluído do meio científico por abordar assuntos como a sexualidade precoce em bebês e crianças até os 6 anos de idade. Isso ainda é um tabu para a grande maioria da população.

Com o desenvolvimento da técnica e do método psicanalítico, os anos se tornaram mais auspiciosos para Freud. Ele conseguiu reunir um grupo de seguidores e outros estudiosos se juntaram a ele. Suas pesquisas avançaram e a comunidade em torno da psicanálise se expandiu. Houve rupturas e novos caminhos foram trilhados por alguns de seus alunos, e o conhecimento tomou seu próprio rumo. Não era mais necessário ter o criador para que a criatura florescesse.

No entanto, aprender e dominar a técnica e o método através do tripé: análise pessoal, supervisão e estudo constante, não era uma tarefa fácil. Além dessa base fundamental, o indivíduo precisa ter o conhecimento da escuta e da compreensão, o que é difícil de alcançar. Calligaris, com sua linguagem coloquial, desmistificou a psicanálise, trazendo questões e dúvidas pertinentes à técnica e ao método que talvez não estivessem bem esclarecidas na atualidade. Para um público em que a escrita rebuscada não é mais fundamental para se qualificar como sábio. Com base em seus ensinamentos e anos de estudo e análise, Calligaris nos mostrou que podemos ser bons psicanalistas e, ao mesmo tempo, sermos compreendidos e principalmente entendidos por nossos analisandos e colegas. Por ser uma ciência que requer leitura e aprendizado constantes, o vocabulário de um psicanalista é na verdade mais rico do que o de outras pessoas consideradas normais.

Mas isso não quer dizer que devemos nos expressar em termos incompreensíveis para aqueles que nos cercam e assim sermos rotulados de pedantes. A simplicidade no trabalho, na família, enfim, na vida, faz parte do processo de nos entendermos e nos aceitarmos. Quanto mais desejamos, mais pesado é o nosso fardo a carregar e mais infelizes nos tornamos. Calligaris revela com palavras simples o que devemos ter como premissa em nossa clínica. A humildade, a escuta, a paciência e a tranquilidade devem ser alguns dos primeiros objetivos a serem conquistados pelo bom psicanalista, e Calligaris, por meio de seu livro e de sua obra, mostra de forma clara os detalhes de como viver a psicanálise. Ele desmistifica e revela as dificuldades. O glamour desaparece e a verdade oculta se torna evidente em seus diálogos.

Referências bibliográficas


CALLIGARIS, Contardo. Cartas a um jovem terapeuta: reflexões para psicoterapeutas, aspirantes e curiosos / Contardo Calligaris. - 2ª ed. - São Paulo: Editora Saraiva, 2021.

FREUD, Sigmund. Fundamentos da Clínica Psicanalítica / Sigmund Freud; tradução Claudia Dornbusch. - 2ª ed. revista - 3ª reimpressão - Belo Horizonte: Autêntica, 2020. - (Obras Incompletas de Sigmund Freud; 6).


30 de setembro de 2022

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